[Traducción al español en la parte inferior] [English translation at the bottom]
A ideia de uma catalogação é relativamente simples: pegar uma caixa com materiais, identificar individualmente seus conteúdos, registrar em uma lista conforme um conjunto de categorias e continuar o processo na próxima caixa. Não é o que acontece com a catalogação do Acervo Bajubá.1 Talvez somente hoje, depois de algumas tentativas, tenhamos entendido que a catalogação do nosso acervo é um processo intrinsecamente permanente e cheio, muito cheio, de erros, ineficiências e desperdício de recursos.
Para além das caixas e estantes de revistas pornográficas, literaturas produzidas por pessoas LGBT+, publicações de coletivos militantes, camisetas, buttons e outros tipos de materiais, passamos a reconhecer que a parte do trabalho que mais nos interessa é fazer vibrar as entrelinhas, as manchas, as dobras, os mofos e os pontos de contato do acervo e de quem o manipula. Passa a interessar, nesse momento, uma organização do acervo que extrapola as práticas arquivísticas de ordem e método e confronta as dores e apagamentos, os espetáculos e a especulação da memória.
Em 2022 fizemos uma série de convocatórias para mutirões de catalogação aos domingos, utilizando outros espaços do GIV2 para abrir caixas, para além da sala que ocupamos desde março do ano passado, e agora entendemos como mover as categorias que podem orientar uma eventual (e temporária) organização dos itens. Um sem fim de planilhas de Excel, post-its, caixas e retrabalhos fizeram ver formas de libertar as memórias dos contornos estanques da história com agá maiúsculo, gloriosa e imortal. Ao som daquelas boas da Britney, de outras lembranças musicais e um eventual carimbó, a catalogação do Acervo Bajubá se fez aberta a reinvenções, ruídos, desabafos, gestos, roupas, bolos da loja da esquina, entregas de delivery de comida e cafézinhos.3
Um exemplo do que estamos querendo explicar aconteceu quando, na primeira etapa da catalogação, nos dedicamos a inventariar os muitos livros que ocupam boa parte das nossas estantes. À primeira vista, seria a etapa mais simples da tarefa proposta: utilizando uma planilha de excel simples, sem demandar um conhecimento aprofundado de arquivística. Entretanto, enquanto mexemos nos livros e compartilhamos lembranças e sensações que eles nos provocavam, nos deparamos com anotações e dedicatórias na folha de rosto de alguns deles.
Registros de presentes de aniversário, amizades mantidas apesar de longas distâncias, convites aceitos para prestigiar tardes de autógrafo de lançamento de um livro de uma pessoa querida, amores breves e fugazes de um verão, indicações de leituras que poderiam ajudar alguém, companhias para viagens solitárias.
Se no início compartilhamos as dedicatórias porque nos faziam rir, logo percebemos que havia ali algo a ser discutido sobre qual acervo nós estávamos construindo. Para além da valoração dos livros no mercadão da memória,4 a importância destes materiais, para aquele grupo de pessoas que iam às missas dos domingos, como nomeamos tal espaço, não estava posta no reconhecimento que a obra tinha alcançado, ou no fato da autoria ser de uma pessoa LGBT+, mas em como a escrita de dedicatórias registravam práticas que também eram representativas de como vivemos e narramos o nosso afeto.
No filme “Para Wong Foo, Obrigada por tudo! Julie Neymar” (1995), o trio de protagonistas - as drag queens Vida Boheme, Noxeema Jackson e Chi-Chi Rodriguez - fazem uma viagem de carro de Nova Iorque a Los Angeles para participar de um concurso de Miss Drag Queen. Em sua bagagem, elas levam, uma fotografia assinada pela atriz Julie Neymar com a frase “Para Wong Foo, Obrigada por Tudo!”. Ao ler a mensagem pela primeira vez, Chi-Chi Rodriguez pergunta: “Mas quem foi Wong Foo?”, pergunta que logo é respondida por Vida Boheme ao afirmar: “Eu não sei, mas deve ter sido alguém”, que retira a foto que estava exposta em um restaurante. Pensamos nessa cena em particular, pois, além do filme ser uma obra clássica do cinema bicha, há um reconhecimento pelas três drag queens do valor da dedicatória para Wong Foo, sem se importar quem era. A fotografia se torna um amuleto da sorte que ajuda o trio a decidir empreender uma viagem de carro, em um contexto em que a homofobia imperava em um país atravessado pelos piores momentos da epidemia de Hiv/Aids.
Algo similar aconteceu com as pessoas que participaram das missas de domingo que, ao ler dedicatórias escritas por e para muitos alguéns nas folhas de rostos de livros comprados em sebos, entenderam que havia algo valioso ali, que merecia ser demarcado no processo de catalogação e compartilhado em voz alta. Para o Acervo Bajubá, enquanto projeto, as dedicatórias dizem muito sobre a maneira como tentamos operar conceitos como memória, documento e arquivo, pois, em se tratando de um projeto comunitário de registro de memórias de comunidades LGBT+ brasileiras, por distintos caminhos topamos com registros fragmentados, dedicatórias sem nomes e sem datas, que provavelmente não cobrariam sentido em outros arquivos.
Voltando para os domingos de missa no GIV, partilhamos aqui uma reflexão sobre esta experiência que é também sobre os limites do que pode ser um acervo. O que queremos dizer com isso? Em um constante processo permeado por atravessamentos, em vez de pensarmos no erro como um problema, movemos para uma posição em que é a própria possibilidade de erro e retrabalho por pessoas diferentes que permite outros tipos de relações com esse acervo. Ou seja, a partir de uma prática viva, mudam os usos do acervo, as maneiras de interagir com ele, um outro horizonte de futuro é aberto, que passa a ser negociado. De fato, o que percebemos no processo é que muitas das práticas de arquivo - em português mais claro, o caminho temporal a um objetivo final - concebe uma situação que não é exatamente a que queremos: o arquivo encerrado, isolado, no alto de um pedestal de mármore, objeto de estudo pronto para a exploração acadêmica. Pensar nesse processo é também pensar no presente e futuro que queremos ser.
E nesse contexto, movemos também um certo ranço da ideia de totalidade e finalidade de um acervo, como se esses materiais e memórias pudessem ser enfim fechados e empacotados. Como elaboramos em nossa primeira exposição no Google Arts & Culture, se as memórias e histórias LGBT são marcadas por seu caráter fragmentário, talvez o manuseio, catalogação, acesso e uso desse acervo possam se articular a partir de outros princípios, práticas e erros.
Para Wong Foo, ¡Gracias por todo! Julie Newmar
La idea de una catalogación es relativamente simple: tomar una caja con materiales, identificar individualmente su contenido, registrarlo en una lista según un conjunto de categorías y continuar el proceso en la caja siguiente. Esto no es lo que sucede con la catalogación del Acervo Bajubá.5 Quizás solo hoy, después de algunos intentos, hemos entendido que la catalogación de nuestra colección es un proceso intrínsecamente permanente y lleno, muy lleno, de errores, ineficiencias y desperdicio de recursos.
Además de las cajas y estanterías de revistas pornográficas, literatura producida por personas LGBT+, publicaciones de colectivos militantes, camisetas, buttons y otro tipo de materiales, hemos llegado a reconocer que la parte del trabajo que más nos interesa es hacer vibrar las entrelíneas, las manchas, los pliegues, los moldes y los puntos de contacto de la colección y de quiénes la manipulan. En el presente, cobra interés una organización de la colección que vaya más allá de las prácticas archivísticas de orden y método y confronte los dolores y borraduras, los espectáculos y las especulaciones de la memoria.
El 2022 hicimos una serie de convocatorias para participar del esfuerzo de catalogación los domingos, utilizando otros espacios del GIV6, más allá de la sala que ocupamos desde marzo del año pasado, para abrir cajas y ahora entendemos cómo mover categorías que pueden orientar una eventual (y temporal) organización de ítems. Un sinfín de hojas de cálculo de Excel, notas adhesivas, cajas y reelaboraciones revelaron formas de liberar los recuerdos de los contornos estancos de la historia con agá mayúscula, gloriosa e inmortal. Al son de aquellas buenas canciones de Britney, otros recuerdos musicales y el eventual sonido del carimbó7, la catalogación del Acervo Bajubá se abrió a reinvenciones, ruidos, exabruptos, gestos, ropa, tortas de la tienda de la esquina, entregas de comida y cafezinho.8
Un ejemplo de lo que queremos explicar sucedió cuando, en la primera etapa de catalogación, nos dedicamos a inventariar los muchos libros que ocupan buena parte de nuestras estanterías. A primera vista, sería el paso más simple de la tarea propuesta: usar una hoja de cálculo de Excel sencilla, sin requerir un conocimiento profundo de archivística. Sin embargo, mientras hojeábamos los libros y compartíamos los recuerdos y las sensaciones que nos provocaban, encontramos notas y dedicatorias en la portada de algunos de ellos.
Registros de regalos de cumpleaños, amistades mantenidas a pesar de las largas distancias, invitaciones aceptadas para honrar tardes de autógrafos para el lanzamiento de un libro de un ser querido, amores breves y fugaces de un verano, indicaciones de lecturas que podrían ayudar a alguien, compañeros de un viaje solitario.
Si al principio compartíamos las dedicatorias porque nos hacían reír, pronto nos dimos cuenta de que había algo que discutir sobre qué colección estábamos construyendo. Además de la valoración de los libros en el mercado de la memoria,9 la importancia de estos materiales, para ese grupo de personas que frecuentaba la misa de los domingos, como nombramos ese momento, no radicaba en el reconocimiento que había logrado la obra, ni en que la autoría fuera de una persona LGBT+, sino en cómo las dedicatorias escritas registraban prácticas que también eran representativas de cómo vivimos y narramos nuestro afecto.
En la película “¿Reinas o reyes?” (1995), el trío de protagonistas -las drag queens Vida Boheme, Noxeema Jackson y Chi-Chi Rodriguez- hacen un viaje por carretera desde Nueva York a Los Ángeles para participar en un concurso de Miss Drag Queen. En su equipaje llevan una fotografía firmada por la actriz Julie Neymar con la frase “¡A Wong Foo, gracias por todo!”. Al leer el mensaje por primera vez, Chi-Chi Rodriguez pregunta: “Pero ¿quién ha sido Wong Foo?”, pregunta que pronto responde Vida Boheme cuando afirma: “No lo sé, pero debe haber sido alguien”, que retira la fotografía expuesta en la pared de un restaurante. Pensamos en esa escena en particular porque, además de que la película es una obra clásica del cine queer, hay un reconocimiento por parte de las tres drag queens del valor de la dedicatoria a Wong Foo, sin importar quién fuera. La fotografía se convierte en un amuleto de la suerte que ayuda al trío a decidir emprender un viaje por carretera, en un contexto donde reinaba la homofobia, en un país atravesado por los peores momentos de la epidemia del VIH/Sida.
Algo similar ocurrió con las personas que participaron de los domingos de misa que, al leer dedicatorias escritas por y para muchos alguiens, en portadas de libros usados, comprendieron que había algo valioso ahí, que merecía ser registrado durante el proceso de la catalogación y compartido en voz alta. Para el Acervo Bajubá, como proyecto, las dedicatorias dicen mucho sobre la forma en que tratamos de operar conceptos como memoria, documento y archivo, porque, en el caso de un proyecto comunitario para registrar memorias de comunidades LGBT+ brasileñas, a través de diferentes caminos. nos encontramos con registros fragmentados, dedicatorias sin nombres y sin fechas, que probablemente no tendrían sentido en otros archivos.
Volviendo a los domingos de misa en el GIV, compartimos aquí una reflexión sobre tal experiencia, que trata también de los límites de lo que puede ser un archivo. ¿A qué nos referimos con eso? En un proceso constante permeado por cruces, en lugar de pensar en el error como un problema, pasamos a una posición en la que la posibilidad misma de errar y reelaborar por parte de diferentes personas es lo que permite otro tipo de relaciones con la colección documental. Es decir, a partir de una práctica viva, cambian los usos de la colección, las formas de interactuar con ella, se abre otro horizonte de futuro, que se empieza a negociar. De hecho, lo que notamos en el proceso es que muchas de las prácticas archivísticas -en portugués más claro, el camino temporal hacia un objetivo final- concibe una situación que no es exactamente lo que queremos: el archivo cerrado, aislado, encima de un pedestal de mármol, objeto de estudio listo para la exploración académica. Pensar en ese proceso es también pensar en el presente y futuro que queremos ser.
Y en este contexto, también movemos una cierta ranciedad de la idea de totalidad y propósito de un archivo, como si estos materiales y recuerdos pudieran finalmente cerrarse y empaquetarse. Como adelantamos en nuestra primera exposición en Google Arts & Culture, si las memorias y relatos LGBT están marcados por su carácter fragmentario, quizás el manejo, catalogación, acceso y uso de esa colección se pueda articular desde otros principios, prácticas y errores.
To Wong Foo, Thanks for Everything! Julie Newmar
The idea of cataloging is relatively simple: take a box with materials, individually identify its contents, record it in a list according to a set of categories and continue the process in the next box. But this is not what happens with the cataloging process of the Acervo Bajubá10. Perhaps only today, after a few attempts, we have understood that the cataloging of our collection is an intrinsically permanent process and full, very full, of errors, inefficiencies and waste of resources.
In addition to the boxes and shelves of pornographic magazines, literature produced by LGBT+ people, publications by militant collectives, t-shirts, buttons and other types of materials, we have come to recognize that the part of the work that interests us the most is to make vibrate the lines, the stains, the folds, the molds and the contact points of the collection and those who handle it. At that moment, an organization of the collection that goes beyond the archival practices of order and method is enacted, which confronts the pains and erasures, the spectacles and the speculation of memory.
In 2022 we made a series of public calls for cataloging efforts on Sundays, using other GIV11 spaces to open boxes, in addition to the room we have occupied since March last year. And now we have come to understand how to move the categories that can guide an eventual (and temporary) organization of items. An endless amount of Excel spreadsheets, sticky notes, boxes and reworks revealed ways to free memories from the watertight contours of the glorious and immortal history with a capital H. To the sound of those good Britney songs, other musical memories and an occasional Carimbó, the cataloging of Acervo Bajubá was open to reinventions, noises, outbursts, gestures, clothes, cakes from the corner store, delivery of food and cafezinhos.12
An example of what we want to explain happened when, in the first stage of cataloging, we dedicated ourselves to inventorying the many books that occupy a considerable part of our shelves. At first sight, it would be the simplest step of the proposed task: using a simple excel spreadsheet, without requiring in-depth knowledge of archival science. However, while we looked at the books and shared the memories and sensations they provoked in us, we came across notes and dedications on the title page of some of them.
Records and registers of birthday gifts, friendships maintained despite long distances, accepted invitations to honor autograph afternoons by a loved one, brief and fleeting summer loves, indications of readings that could help someone, companions for solo trips.
If at first we shared the dedications because they made us laugh, we soon realized that there was something to be discussed about what collection we were building. In addition to the valuation of books in the memory market,13 the importance of these materials, for that group of people who went to the Sunday masses, as we name this space, was not placed in the recognition that the work had achieved, or in the fact that the authorship was of an LGBT+ person, but how the writing of dedications recorded practices that were also representative of how we live and narrate our affection.
In the movie “To Wong Foo, Thanks for Everything! Julie Neymar” (1995), the trio of protagonists - the drag queens Vida Boheme, Noxeema Jackson and Chi-Chi Rodriguez - takes a road trip from New York to Los Angeles to participate in a Miss Drag Queen contest. In their luggage, they take a photograph signed by the actress Julie Neymar, with the phrase “To Wong Foo, Thanks for Everything!”. When reading the message for the first time, Chi-Chi Rodriguez asks: "But who was Wong Foo?", which is promptly answered by Vida Boheme, while taking the picture, originally displayed in a restaurant: "I don't, but it must have been someone". We thought about this scene in particular because, beyond reckoning the film as a classic work of the queer cinema, there is a recognition by the three drag queens of the value of the dedication to Wong Foo, no matter who it was. The photograph becomes a lucky charm that helps the trio decide to take a road trip, in a context where homophobia reigned in a country crossed by the worst moments of the Hiv/Aids epidemic.
Something similar happened to the people who participated in the Sunday Masses, when reading dedications written by and for many people on the title pages of books bought in second-hand stores. They understood that there was something valuable there, which deserved to be marked out in the cataloging process and shared out loud. For Acervo Bajubá, as a project, the dedications say a lot about the way we try to operate concepts such as memory, document and archive, because, in the case of a community project to record memories of Brazilian LGBT+ communities, through different paths, we come across fragmented records: dedications without names and dates, which probably would not make sense in other archives.
Turning back to the Sunday Masses at GIV, we share here a reflection on this experience, which is also about the limits of what a collection can be. What do we mean by that? In a constant process permeated by intersections, instead of thinking of error as a problem, we move to a position where it is the very possibility of error and rework by different people that allows other types of relationships within this collection. That is, from a living practice, the uses of the collection change, the ways of interacting with it and another horizon of the future is opened, which starts to be negotiated. In fact, what we noticed in the process is that many of the archival practices - in clearer English, the temporal path to a final objective - conceive a situation that is not exactly what we want: the closed archive, isolated, on top of a marble pedestal, object of study ready for academic exploration. Thinking about this process is also thinking about the present and future that we want to be.
And in this context, we also move away from a certain rancid idea of totality and purpose of a collection, as though these materials and memories could finally be closed and packaged. As we elaborated in our first exhibition at Google Arts & Culture, if LGBT+ memories and stories are marked by their fragmentary character, perhaps the handling, cataloging, access and use of this collection can be articulated from other principles, practices and errors.
O Acervo Bajubá é um projeto comunitário de memórias das comunidades LGBT+ brasileiras.
O Grupo de Incentivo à Vida (GIV) é uma ONG que foi fundada em São Paulo, em 1990, e que luta pelos direitos das pessoas vivendo com HIV/Aids. Atualmente, o Acervo Bajubá ocupa uma das salas de sua sede.
A publicação “O arquivo e o cafezinho”, de Yuri Fraccaroli, registra o percurso de trabalho de pessoas pesquisadoras do Acervo Bajubá. A hipótese de Yuri é de que experiências de organização, manutenção e cuidado dos materiais que compõem a coleção do Bajubá podem articular outras formas de fazerpensar memórias lgbt+, corporificando a memória e desenvolvendo outras práticas a partir das encruzilhadas do chão do acervo. O texto foi publicado em parceria com o selo editorial Autoria Compartilhada, do Jardim Miriam Arte Clube/JAMAC. O “O arquivo e o cafezinho” está disponível para retirada gratuita nas sedes do Acervo Bajubá e do JAMAC.
Vamos desenvolver melhor este tema em outra atualização do boletim, fique de olho!
Acervo Bajubá es un proyecto comunitario de registro de las memorias de las comunidades LGBT+ brasileñas.
GIV es una ONG fundada en San Pablo, en 1990, de defensa de los derechos de las personas que viven con Hiv/Sida.
Carimbó es una danza circular típica del nordeste de Pará, estado de la Región Norte de Brasil.
La publicación “O arquivo e o cafezinho”, de Yuri Fraccaroli, registra la trayectoria de trabajo de los investigadores del Acervo Bajubá. La hipótesis de Yuri es que las experiencias de organización, mantenimiento y cuidado de los materiales que son parte de la colección del Bajubá pueden articular otras formas de hacer pensar las memorias LGBT+, encarnando la memoria y desarrollando otras prácticas desde la encrucijada del piso del archivo. El texto fue publicado en colaboración con el sello editorial Autoria Partilharda, de Jardim Miriam Arte Clube/JAMAC.
Desarrollaremos más este tema en otra actualización del newsletter, ¡estén atentos!
Acervo Bajubá is a communitarian project which records and works with the memories of the LGBT+ Brazilian communities.
Grupo de Incentivo à Vida (GIV) is an NGO that was founded in São Paulo in 1990 to fight for the rights of people living with HIV/AIDS.
The publication “The archive and the cafezinho”, by Yuri Fraccaroli, records the work path of researchers of Acervo Bajubá. Yuri's hypothesis is that experiences of organization, maintenance and care of the materials that make up the Acervo Bajubá can articulate other ways of thinking about LGBTt+ memories, embodying memory and developing other practices from the encruzilhadas of Bajubá''s floor. The text was published in partnership with the editorial seal Autoria Partilhada, from Jardim Miriam Arte Clube/JAMAC. “O Arquivo e o Cafezinho” is available with no cost at Acervo Bajubá and JAMAC.
We will develop this topic further in another newsletter update, stay tuned!
que partilha generosa. eu que não conhecia o processo, imaginei cada pedacim dos movimentos. cês são lindes.